Há algum tempo que vos queria falar da minha visita ao forte de
Hackenberg . È claro que a ideia não foi minha mas não podemos visitar retrosarias e outras coisas "chatas" sem darmos nada em troca, verdade?

O Forte subterraneo faz parte das "linhas Maginot" (não faltaram a essa aula na escola pois não?) que foram construidas ao longo da fronteira francesa com a Alemanha depois da 1ª guerra mundial com o objectivo de se tornarem uma fortificação suficientemente forte e dissuadora aos olhos dos vizinhos Alemães, só para o caso de voltarem a ter a tentação...e voltaram...
Há duas visitas diárias, com horários muito rigorosos e ao chegarmos de manga curta fomos logo avisados que era melhor voltar ao carro e vestir casacos, a temperatura permanente é por volta dos 10 graus...humidos.
È uma sensação estranha entrar num forte subterraneo, ser engolida...

Hackenberg é enorme, está em muito bom estado, tendo em conta pelo que passou... e agora está nas mãos de uma organização civil de preservação e divulgação deste sitio histórico. A nossa guia era estudante e fazia esse serviço sem ganhar nada.
Na altura albergava permanentemente mais de 1000 homens que se repartiam por paiol de armas, armazéns, geradores, cozinhas, lavandarias, hospital, dentista, dormitórios...recebiam mantimentos diários e podiam ver a luz do dia uma vez por semana em tempo de paz.

Tudo isso ainda pode ser visto hoje, ao longo de mais de duas horas de "viagem", sim porque este forte tem kilometros, muitos deles não visitáveis mas outros acessiveis por comboio interno, tal como há mais de meio século, corredores e corredores de historias para contar, falassem eles...

No nosso pequeno grupo (as visitas são restritas) ia tambem um casal Americano com dois rapazes que ainda não tinham sequer 20 anos.
Faziam as perguntas mais estranhas, talvez tão estranhas como as que eu fiz quando visitei as
grutas de Lascaux.
Talvez para eles o tempo que os separa desses eventos seja quase o mesmo.

Para mim esses tempo não foram assim tão distantes, nem estão assim tão distantes, porque todas as guerras e conflitos têm um inicio quase ingenuo, quase imperceptivel e quase sempre até razoável, pelos menos aos olhos dos mais distraidos.
beijos.sara.
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